quinta-feira, 27 de março de 2014

O ferido de Deus


quinta-feira

“Jesus Cristo, tua luta é nossa vitória, tua morte é nossa vida. Em tuas algemas nasce nossa liberdade. Tua cruz é nosso consolo, tuas feridas são nossa salvação, teu sangue é nosso resgate, a herança dos pobres pecadores.” [Adam Thibesius, 1596-1652]
Meditação
Quem creu em nossa pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz duma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is. 53:1-3).
Uma cena que frequentemente me choca é a de crianças famintas do Sudão ou Etiópia. Pele grudada nos ossos, olhos esbugalhados e sem expressão, moscas pousando no corpo sem vida, força ou vontade. Geralmente mudo rapidamente o canal da televisão ou viro a página da revista. Me deprime, causa um profundo mal estar.
A cruz fez de Cristo uma pessoa rejeitada. A dor e o sofrimento causam o abandono e o desprezo. Os hospitais estão cheios de doentes solitários, quanto mais grave sua doença, maior a solidão. Não há beleza na cruz, nada que nos agrade, que desperte nosso olhar ou admiração. Certamente passaríamos ao largo se a cruz se encontrasse em nosso caminho de volta para casa, como evitamos um pedinte com feridas expostas.
Somente quando vemos nossas próprias chagas e reconhecemos que são elas que desfiguram o corpo de Jesus, é que o abraçamos e, pela fé, o recebemos como o ferido de Deus que nos cura de nossas enfermidades. Como você reage diante da dor, do sofrimento, da injustiça?
Intercessão
Ore para que a igreja não fuja da realidade da dor e do sofrimento, que olhe para a cruz, não com compaixão e piedade, mas com devoção e temor.
Hino
Pendurado no madeiro, ó Senhor pudeste assim  /  Destruir meu cativeiro e provar-me amor sem fim!
O teu sangue foi vertido, expiraste, ó meu Jesus!  /  E ficou por ti cumprido meu resgate sobre a cruz!
Nesse sangue que verteste, purifica-me, Senhor!  /  Foi por mim que tu morreste; sê propício ao pecador!
Sê propício ao condenado a lutar, na escuridão  /  Deste abismo do pecado, sob a dor da maldição!
Oração
Pai querido, temos medo da dor, do sofrimento e da morte. Não gostamos de enfrentá-los, muito menos aceitá-los. Fugimos da miséria e da fome, rapidamente nos esquecemos dos enfermos e enlutados, nos afastamos das pessoas endividadas e problemáticas. Livra-nos da ilusão, da fantasia e da mentira. Leva-nos de volta à cruz, permita que contemplemos seu Filho sem desprezá-lo, sem esconder dele nosso rosto e leva-nos a acolher os desprezados do nosso caminho. Amém.
Fonte: Retirado de Para Celebrar a Páscoa – Meditação e Liturgia, Ricardo Barbosa. Editora Ultimato. 
Baixe o seu exemplar e espalhe essa boa notícia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário