quinta-feira
“Jesus Cristo, tua luta é nossa
vitória, tua morte é nossa vida. Em tuas algemas nasce nossa liberdade. Tua
cruz é nosso consolo, tuas feridas são nossa salvação, teu sangue é nosso
resgate, a herança dos pobres pecadores.”
[Adam Thibesius, 1596-1652]
Meditação
“Quem creu em nossa pregação? E a
quem foi revelado o braço do Senhor? Porque foi subindo como renovo perante ele
e como raiz duma terra seca; não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas
nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre
os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os
homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is. 53:1-3).
Uma cena que frequentemente me choca
é a de crianças famintas do Sudão ou Etiópia. Pele grudada nos ossos, olhos
esbugalhados e sem expressão, moscas pousando no corpo sem vida, força ou
vontade. Geralmente mudo rapidamente o canal da televisão ou viro a página da
revista. Me deprime, causa um profundo mal estar.
A cruz fez de Cristo uma pessoa
rejeitada. A dor e o sofrimento causam o abandono e o desprezo. Os hospitais
estão cheios de doentes solitários, quanto mais grave sua doença, maior a
solidão. Não há beleza na cruz, nada que nos agrade, que desperte nosso olhar
ou admiração. Certamente passaríamos ao largo se a cruz se encontrasse em nosso
caminho de volta para casa, como evitamos um pedinte com feridas expostas.
Somente quando vemos nossas próprias
chagas e reconhecemos que são elas que desfiguram o corpo de Jesus, é que o abraçamos
e, pela fé, o recebemos como o ferido de Deus que nos cura de nossas
enfermidades. Como você reage diante da dor, do sofrimento, da injustiça?
Intercessão
Ore para que a igreja não fuja da
realidade da dor e do sofrimento, que olhe para a cruz, não com compaixão e
piedade, mas com devoção e temor.
Hino
Pendurado no madeiro, ó Senhor
pudeste assim / Destruir meu cativeiro e provar-me amor sem fim!
O teu sangue foi vertido, expiraste,
ó meu Jesus! / E ficou por ti cumprido meu resgate sobre a cruz!
Nesse sangue que verteste,
purifica-me, Senhor! / Foi por mim que tu morreste; sê propício ao
pecador!
Sê propício ao condenado a lutar, na
escuridão / Deste abismo do pecado, sob a dor da maldição!
Oração
Pai querido, temos medo da dor, do
sofrimento e da morte. Não gostamos de enfrentá-los, muito menos aceitá-los.
Fugimos da miséria e da fome, rapidamente nos esquecemos dos enfermos e
enlutados, nos afastamos das pessoas endividadas e problemáticas. Livra-nos da
ilusão, da fantasia e da mentira. Leva-nos de volta à cruz, permita que
contemplemos seu Filho sem desprezá-lo, sem esconder dele nosso rosto e
leva-nos a acolher os desprezados do nosso caminho. Amém.
Fonte: Retirado de Para Celebrar a Páscoa –
Meditação e Liturgia, Ricardo Barbosa. Editora Ultimato.
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