terça-feira, 1 de abril de 2014

Protesto silencioso

terça-feira

Senhor, mesmo que nos dês a beber o cálice amargo do sofrimento, cheio até as bordas, nós o aceitamos gratos e sem tremer, pois ele vem de tuas mãos boas e amadas. Dietrich Bonhoeffer, 1906-1945, teólogo alemão, assassinado pelo governo nazista .
Meditação
Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is. 53:7).
Diante da humilhação, opressão e sofrimento aprendemos a protestar. Não aceitamos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos nos garante proteção contra os abusos e maus tratos. No entanto, diante da humilhação e opressão, Jesus não abriu a boca. Como ovelha muda ele é colocado diante dos seus torturadores. Sendo ele justo e santo, por que não protestou?
Por que não reagiu às agressões e morte humilhante imposta pelos opressores?
Mas Jesus protestou. Protestou contra o perigo das riquezas, contra a arrogância dos poderosos, contra a hipocrisia dos religiosos. Colocou-se ao lado dos pobres, fracos e oprimidos.
O ministério de Cristo foi de protesto. Porém, diante do seu sofrimento, ele não abriu a boca. Ali, seu protesto foi o amor incondicional com o qual amou os homens, sua opção pela salvação, sua oferta perfeita de obediência ao Pai, sua entrega voluntária, sua renúncia ao poder. O silêncio da cruz de Cristo foi o grito mais poderoso do seu protesto.
Como você reage diante dos abusos e injustiças que há no mundo? E como você reage aos abusos e maldades que você mesmo sofre?
Intercessão
Nossa oração hoje será de confissão. Pela nossa omissão, covardia e silêncio. Confissão também por falarmos demais, por não assumirmos a cruz como o caminho cristão do protesto.
Hino
Castelo forte é nosso Deus, espada e bom escudo;
Com seu poder defende os seus em todo o transe agudo.
Com fúria pertinaz persegue Satanás, com ânimo cruel;
Astuto e mui rebel, igual não há na terra.

A força do homem nada faz, sozinho está perdido;
Mas nosso Deus socorro traz, em seu Filho escolhido.
Sabeis quem é? Jesus, o que venceu na cruz, Senhor dos altos céus;
E, sendo o próprio Deus, triunfa na batalha.

Se nos quisessem devorar demônios não contados,
Não poderiam dominar, nem ver-nos assustados.
O príncipe do mal, com seu plano infernal, já condenado está;
Vencido cairá por uma só palavra.

De Deus o verbo ficará, sabemos com certeza,
E nada nos perturbará, com Cristo por defesa.
Se temos de perder família, bens, prazer, se tudo se acabar
E a morte nos chegar, com ele, reinaremos!


Oração
O Senhor muitas vezes nos confunde. Fala onde normalmente nos silenciamos e silencia onde normalmente falamos. Preocupa-se com a justiça do outro, sua opressão e miséria; e se entrega mudo aos seus opressores. Escolhe a via da não onipotência, da não violência para lutar contra os poderosos e violentos. Senhor, temos ainda muito que aprender, muito que renunciar e muito que protestar. Dá-nos coragem Senhor, em teu nome, amém.
Fonte: Retirado de Para Celebrar a Páscoa – Meditação e Liturgia, Ricardo Barbosa. Editora Ultimato.

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