terça-feira
“Senhor,
mesmo que nos dês a beber o cálice amargo do sofrimento, cheio até as bordas,
nós o aceitamos gratos e sem tremer, pois ele vem de tuas mãos boas e amadas. ”Dietrich Bonhoeffer, 1906-1945, teólogo alemão,
assassinado pelo governo nazista .
Meditação
“Ele foi oprimido e humilhado, mas
não abriu a boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha muda
perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca” (Is. 53:7).
Diante da humilhação, opressão e
sofrimento aprendemos a protestar. Não aceitamos. A Declaração Universal dos
Direitos Humanos nos garante proteção contra os abusos e maus tratos. No
entanto, diante da humilhação e opressão, Jesus não abriu a boca. Como ovelha
muda ele é colocado diante dos seus torturadores. Sendo ele justo e santo, por
que não protestou?
Por que não reagiu às agressões e
morte humilhante imposta pelos opressores?
Mas Jesus protestou. Protestou contra
o perigo das riquezas, contra a arrogância dos poderosos, contra a hipocrisia
dos religiosos. Colocou-se ao lado dos pobres, fracos e oprimidos.
O ministério de Cristo foi de
protesto. Porém, diante do seu sofrimento, ele não abriu a boca. Ali, seu
protesto foi o amor incondicional com o qual amou os homens, sua opção pela
salvação, sua oferta perfeita de obediência ao Pai, sua entrega voluntária, sua
renúncia ao poder. O silêncio da cruz de Cristo foi o grito mais poderoso do
seu protesto.
Como você reage diante dos abusos e
injustiças que há no mundo? E como você reage aos abusos e maldades que você
mesmo sofre?
Intercessão
Nossa oração hoje será de confissão.
Pela nossa omissão, covardia e silêncio. Confissão também por falarmos demais,
por não assumirmos a cruz como o caminho cristão do protesto.
Hino
Castelo forte é nosso Deus, espada e
bom escudo;
Com seu poder defende os seus em todo o transe agudo.
Com fúria pertinaz persegue Satanás, com ânimo cruel;
Astuto e mui rebel, igual não há na terra.
A força do homem nada faz, sozinho
está perdido;
Mas nosso Deus socorro traz, em seu Filho escolhido.
Sabeis quem é? Jesus, o que venceu na cruz, Senhor dos altos céus;
E, sendo o próprio Deus, triunfa na batalha.
Se nos quisessem devorar demônios não
contados,
Não poderiam dominar, nem ver-nos assustados.
O príncipe do mal, com seu plano infernal, já condenado está;
Vencido cairá por uma só palavra.
De Deus o verbo ficará, sabemos com
certeza,
E nada nos perturbará, com Cristo por defesa.
Se temos de perder família, bens, prazer, se tudo se acabar
E a morte nos chegar, com ele, reinaremos!
Oração
O Senhor muitas vezes nos confunde.
Fala onde normalmente nos silenciamos e silencia onde normalmente falamos.
Preocupa-se com a justiça do outro, sua opressão e miséria; e se entrega mudo
aos seus opressores. Escolhe a via da não onipotência, da não violência para
lutar contra os poderosos e violentos. Senhor, temos ainda muito que aprender,
muito que renunciar e muito que protestar. Dá-nos coragem Senhor, em teu nome,
amém.
Fonte: Retirado de Para Celebrar a Páscoa –
Meditação e Liturgia, Ricardo Barbosa. Editora Ultimato.
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