Levaram Jesus ao lugar chamado Gólgota… E o
crucificaram. [Marcos 15.22, 25]
Em um de seus discursos, Cícero descreveu a crucificação
como “a punição mais cruel e repugnante”.
Mais adiante ele acrescentou que a
simples palavra cruz deveria ser retirada não somente da vida de um cidadão
romano, mas também de seus pensamentos, olhos e ouvidos.
Não é nem surpreendente
nem acidental, portanto, que os evangelistas sejam muito contidos naquilo que
escrevem.
Tudo o que dizem é que “ali eles o crucificaram”, sem dar quaisquer
detalhes descritivos.
No entanto, sabemos por outras fontes que o prisioneiro
era deitado sobre o madeiro, que suas mãos, pulsos ou braços eram pregados no
patibulum, e que a cruz era então içada a uma posição vertical e solta em um
buraco cavado para esse fim.
Pilatos ordenou que um “título” em aramaico, latim e
grego fosse colocado acima da cabeça de Jesus com a inscrição “Jesus de Nazaré,
o Rei dos Judeus”.
Os líderes judaicos tentaram persuadir Pilatos a mudar o
texto de modo a dar a entender que Jesus afirmava ser o Rei dos Judeus, mas ele
recusou.
Aos poucos a multidão de espectadores foi diminuindo. Os
soldados lançavam sorte pelas vestes de Jesus, e as mulheres assistiam a tudo
chorando.
Alguns sacerdotes e mestres da lei também permaneceram ali zombando
dele: “Salvou outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo! E é o rei de Israel!
Desça agora da cruz, e creremos nele. Ele confiou em Deus. Que Deus o salve
agora, se dele tem compaixão” (Mt 27.42-43).
Parte do que estavam dizendo era
literalmente verdade. Ele poderia ter exercido seu poder divino e descido da
cruz, mas o que não poderia fazer era salvar a si mesmo e a eles ao mesmo tempo.
A fim de salvá-los ele teve de permanecer na cruz e morrer.
Assim, em pouco tempo “a cruz” passou a ser vista não
tanto como uma forma de execução, mas como um símbolo do evangelho da salvação.
O apóstolo Paulo escreveu: “Que eu jamais me glorie, a não ser na cruz de nosso
Senhor Jesus Cristo” (Gl 6.14).
Para saber mais: 1 Coríntios 1.17-25
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