Tenham o
cuidado de não praticar suas “obras de justiça” diante dos outros para serem
vistos por eles. [Mateus 6.1]
Jesus evidentemente presumiu que seus discípulos se engajariam
nas práticas comuns da doação, da oração e do jejum, pois esse trio de
obrigações religiosas expressa nossa obrigação para com Deus (oração), os
outros (doação) e conosco (jejum).
Os três parágrafos no início do capítulo 6
de Mateus seguem um padrão idêntico. Por meio de uma ilustração vívida e
espirituosa, Jesus pinta um quadro de hipócritas que praticam sua piedade
diante dos homens a fim de serem aplaudidos por eles.
Se você fizer isso, diz ele,
terá recebido sua recompensa por completo, a saber, o aplauso que tanto deseja.
Ao contrário, pratique sua piedade em segredo, pois assim seu Pai celestial que
vê em secreto irá lhe recompensar.
O primeiro exemplo de Jesus é a doação. Ele retrata um fariseu
pomposo a caminho de fazer sua doação.
Diante dele marcham os tocadores de
trombeta, conduzindo uma fanfarra, ansiosos por juntar uma plateia, pois o
hipócrita é um ator envolvido em uma apresentação teatral.
Ao contrário, não
deixe que sua mão esquerda saiba aquilo que a direita está fazendo. Ou seja,
não devemos nem sequer estar constrangidos a ofertar, ponderando sobre a doação
com espírito de vanglória.
O segundo exemplo de Jesus é o da oração. Não devemos fazer
alarde de nossos hábitos de oração, mas devemos entrar em nosso quarto, fechar
a porta e orar ao nosso Pai em secreto.
Nada destrói mais a oração que olhares
de soslaio para espectadores humanos, do mesmo modo que nada a enriquece mais
que um sentimento de que Deus a está ouvindo.
Nosso Pai nos recompensará — não
com alguma recompensa inadequada, mas com aquilo que mais desejamos, a saber, o
acesso à sua presença.
O terceiro exemplo de Jesus é o jejum, que ele desencorajou em
seus discípulos. A Bíblia sugere que o jejum não deve ser uma prática isolada,
mas deve estar associado ao arrependimento, à autodisciplina, à preocupação com
os famintos e a tempos específicos de oração para necessidades especiais.
Quando jejuamos, não devemos aparentar tristeza ou desfigurarmos nossos rostos,
mas aparentarmos normalidade, de modo que ninguém suspeite que estejamos
jejuando.
O contraste é gritante. A piedade farisaica é ostentadora,
motivada pela vaidade e recompensada pelos homens; a piedade cristã é secreta,
motivada pela humildade e recompensada por Deus.
Para saber mais: Mateus 6.1-18
Fonte: Retirado de A
Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
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