terça-feira
Admiro-me
de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela
graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o
evangelho. [Gálatas 1.6-7]
Depois de visitarem as quatro cidades da Galácia evangelizadas
durante sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé voltaram a Antioquia e
relataram à igreja como Deus “abrira a porta da fé aos gentios” (At 14.27). E
permaneceram ali por um longo tempo com os discípulos.
Lucas relata que durante esse período, “alguns homens desceram
da Judéia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: ‘Se vocês não forem
circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos’”
(At 15.1).
Trata-se por certo do mesmo fato mencionado em Gálatas 2.12: “Quando
chegaram alguns da parte de Tiago” (isto é, que alegavam ser da parte de Tiago,
já que mais tarde ele afirmou que eles não tinham sua autorização [At 15. 24]).
É possível imaginar a confusão provocada por esses visitantes. Eles eram
judaizantes, e menosprezavam o evangelho, insistindo que a fé em Jesus não era
suficiente para os convertidos gentílicos; eles também deveriam guardar a lei,
ou seja, permitir que Moisés completasse aquilo que Jesus havia começado.
Até
mesmo o apóstolo Pedro se deixou levar pelo ensino deles, de modo que Paulo teve
de confrontá-lo publicamente, uma vez que a verdade do evangelho estava em jogo
(Gl 2.11-16). Essa atitude de Pedro, no entanto, foi temporária, pois na
ocasião do concílio de Jerusalém, ele já havia recobrado o bom senso.
Entretanto, alguns desses judaizantes “encrenqueiros” foram às
cidades da Galácia e começaram a ensinar essa mesma mensagem distorcida. E para
espanto de Paulo, eles estavam sendo bem-sucedidos.
A situação chegou a tal
ponto que Paulo considerou a atitude dos gálatas como uma deserção da parte
deles e invocou um juízo solene sobre qualquer um (anjo ou ser humano,
inclusive ele mesmo) que transformasse o evangelho das boas novas da graça
(favor gratuito e imerecido de Deus) em uma religião de obras de justiça.
Ele
foi ainda mais longe, afirmando que se a nossa salvação depende da obediência à
lei, então “Cristo morreu inutilmente” (Gl 2. 21). Ou seja, se dizemos que
podemos obter a salvação por nossos próprios méritos, então estamos indicando
que não há necessidade da cruz.
Paulo começa e termina com uma referência à
graça (1.3; 6.18). O evangelho é a boa nova da graça de Deus, e não há outro
evangelho.
Para saber mais: Gálatas 1.6-9
Fonte:
Retirado de A
Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
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