quarta-feira, 26 de novembro de 2014

GRANDE DEMAIS PARA SER COMPREENDIDO!

 Leia Gênesis 22 

Volta e meia eu leio Gênesis, como tudo começou. O Plano de Deus começa ali. Há ternura e graça; juízo; guerra e também paz; aliança; soberania; revelação de Deus. 

Gênesis fortalece a fé daqueles que se aproximam humildemente, querendo crer. Neste texto podemos ler que Deus chama Abraão, separa-o. Abraão, chamado amigo de Deus! É homem sujeito a fraquezas, como nós. 

Comete erros: Mente por duas vezes, dizendo que Sara é sua irmã. Tem um filho com a escrava Hagar, por sugestão de Sara, e por duvidar da promessa de Deus; ou seja, precipita-se. 

É homem capaz também de grandes coisas, como nós. Tem atitudes bonitas: Preocupa-se com a escrava e com o destino do filho que teve com ela. 

Intercede por Sodoma e Gomorra, pensando em livrar Ló, seu sobrinho. 

Também leva Isaque para o sacrifício, obedecendo, sem discutir, a ordem de Deus, por mais absurda que possa ter parecido. 

Quer saber mais sobre o caminhar de Abraão com Deus? A história dele começa em Gênesis 12. É muito bonito ver como tudo acontece (veja capítulo 22):

Abraão chama o filho, que vai, obediente, também sem discutir, levando sobre si a lenha, o “madeiro” para o holocausto. Ele, Abraão, leva o cutelo para imolar e também o fogo. E ali diz (v. 6): “Assim caminhavam ambos juntos”. 

Havia amizade, companheirismo, confiança, comunhão. Pai e filho caminham juntos. 

Isaque pergunta onde está o cordeiro para o sacrifício. E o pai responde: “DEUS PROVERÁ PARA SI, MEU FILHO, O CORDEIRO PARA O HOLOCAUSTO”.

Ali vão: um pai e um filho. E diz uma vez mais: “e seguiam ambos juntos” (v. 8). De novo podemos perceber comunhão, confiança, respeito, obediência. 

Abraão obedecia a Deus e Isaque obedecia a Abraão. Que terá passado pela cabeça de Isaque quando foi amarrado, deitado sobre a lenha que carregara? Sabia que ele mesmo seria o sacrifício...

Que coisa grandiosa! Este acontecimento já aponta para Jesus, Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. 

Um teste, uma prova. Abraão chega ao fim. Suportaria fazer aquilo? Sim, ia fazer! Levanta o cutelo e vai imolar seu próprio filho, o filho da promessa, gerado aos cem anos... mas é impedido. 

Sim, é impedido por Aquele que imolou Seu próprio Filho Unigênito, desde antes da fundação do mundo, muito antes desses acontecimentos. 

Mistério eterno! Grande demais para ser compreendido.

Muito mais tarde este Pai levou Seu Filho e O fez ser pregado numa cruz, ser surrado, blasfemado, cuspido, açoitado e morto. E ainda O ouviu clamar: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?!” (Mateus 27:46 e também Salmo 22:1). 

Tudo pré-determinado, por causa de nós. Aquele sacrifício não foi interrompido, ninguém O aliviou. 

Foi imolado, verteu sangue. E por isso pôde perdoar-nos, regenerar-nos, salvar-nos para sempre. Só Jesus Cristo podia fazer isso. 

O Pai quis assim. Isaías profetiza este acontecimento 700 anos antes: 

“...ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele; e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos. Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a sua boca; como cordeiro foi levado ao matadouro; e, como ovelha, muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a sua boca... por causa da transgressão do meu povo foi ele ferido...” (Isaías 53:5 a 7 e 8a). 

 Ah! Pai! Eu te agradeço muito, mesmo sem alcançar a profundidade de tudo isso. Graças Te dou por me deixares perceber, por me fazeres crer, por me levares a estremecer diante deste fato, exemplo forte de rendição, de obediência incondicional. 

Que difícil, meu Pai, é render em Tuas mãos aquilo que nos é mais caro: um filho, a profissão, o sucesso, a realização, o desejo mais acalentado. 

Que difícil é estar disposto a entregar, preparar-se para imolar, queimar, matar... É preciso fazer assim, para que Tu possas ocupar o centro de nosso ser, tantas vezes ocupado por outros ou pelo nosso próprio eu, egoísta, rebelde. 

Pai, prepara-me para isso; eu vou precisar. Quero render-me a Ti, com tudo o que tenho, tudo o que sou, tudo o que pretenderia... Tudo, TUDO!

Que possamos fazer esta oração!

Que nunca nos esqueçamos de que nada podemos fazer para merecer esta salvação. Ela está pronta desde sempre, desde antes da fundação do mundo, desde antes do meu e do seu nascimento. Temos que crer nisto tão-somente. 

Convém ler Efésios, capítulo 1, todo o capítulo.

Fonte: Beatriz Gotardelo Fraga Moreira – publicado no Face book da autora

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