quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Nenhum outro evangelho

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Admiro-me de que vocês estejam abandonando tão rapidamente aquele que os chamou pela graça de Cristo, para seguirem outro evangelho que, na realidade, não é o evangelho. (Gálatas 1.6-7)

Depois de visitarem as quatro cidades da Galácia evangelizadas durante sua primeira viagem missionária, Paulo e Barnabé voltaram a Antioquia e relataram à igreja como Deus “abrira a porta da fé aos gentios” (At 14.27). E permaneceram ali por um longo tempo com os discípulos.

Lucas relata que durante esse período, “alguns homens desceram da Judeia para Antioquia e passaram a ensinar aos irmãos: ‘Se vocês não forem circuncidados conforme o costume ensinado por Moisés, não poderão ser salvos’” (At 15.1). Trata-se por certo do mesmo fato mencionado em Gálatas 2.12: “Quando chegaram alguns da parte de Tiago” (isto é, que alegavam ser da parte de Tiago, já que mais tarde ele afirmou que eles não tinham sua autorização [At 15.24]). 

É possível imaginar a confusão provocada por esses visitantes. Eles eram judaizantes e menosprezavam o evangelho, insistindo que a fé em Jesus não era suficiente para os convertidos gentílicos; eles também deveriam guardar a lei, ou seja, permitir que Moisés completasse aquilo que Jesus havia começado. 

Até mesmo o apóstolo Pedro se deixou levar pelo ensino deles, de modo que Paulo teve de confrontá-lo publicamente, uma vez que a verdade do evangelho estava em jogo (Gl 2.11-16). Essa atitude de Pedro, no entanto, foi temporária, pois na ocasião do concílio de Jerusalém, ele já havia recobrado o bom senso.

Entretanto, alguns desses judaizantes “encrenqueiros” foram às cidades da Galácia e começaram a ensinar essa mesma mensagem distorcida. E para espanto de Paulo, eles estavam sendo bem-sucedidos. A situação chegou a tal ponto que Paulo considerou a atitude dos gálatas como uma deserção da parte deles e invocou um juízo solene sobre qualquer um (anjo ou ser humano, inclusive ele mesmo) que transformasse o evangelho das boas novas da graça (favor gratuito e imerecido de Deus) em uma religião de obras de justiça. 

Ele foi ainda mais longe, afirmando que, se a nossa salvação depende da obediência à lei, então “Cristo morreu inutilmente” (Gl 2. 21). Ou seja, se dizemos que podemos obter a salvação por nossos próprios méritos, então estamos indicando que não há necessidade da cruz. 

Paulo começa e termina com uma referência à graça (1.3; 6.18). O evangelho é a boa nova da graça de Deus, e não há outro evangelho.

Para saber mais: Gálatas 1.6-9

Fonte: Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.

http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2015/10/08/autor/john-stott/nenhum-outro-evangelho-4/

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