quarta-feira
De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus levantou-se, saiu de casa e foi
para um lugar deserto, onde ficou orando. [Marcos 1.35]
É difícil para nós imaginarmos o nível de exigência desse ministério triplo de
Jesus.
Marcos nos dá o resumo de um dia comum em Cafarnaum.
Já começou com ensino, e Jesus deixou seus ouvintes impressionados com a
autoridade com a qual falava.
Notícias sobre ele se espalharam rapidamente por toda a região da Galileia, de
modo que multidões vieram ao seu encontro para receberem o ensino e para serem
curadas.
Naquela noite, depois do entardecer, quando o tempo esfriou e ele esperava por
uma refeição e algum descanso, “toda a cidade se reuniu à porta da casa” (v.
33), e ele curou os enfermos.
Soa fácil, mas, quando mais tarde, ele curou uma mulher que sofria de
hemorragia, lemos que poder saiu dele.
Ele deve ter se sentido esgotado. E ainda mais desgastante foi o seu confronto
com espíritos malignos.
O reino de Deus havia chegado; o reino do demônio não bateria em retirada sem
luta.
Pergunto-me a que horas Jesus foi se deitar naquela noite.
Tudo o que sabemos é que, depois de um dia intenso de ministério, ele precisava
de repouso físico e espiritual.
Muito cedo pela manhã, Jesus se levantou e foi para um lugar solitário para
orar.
Lucas foi o evangelista que demonstrou um interesse maior nesse aspecto do
comportamento
de Jesus.
Ele menciona dez ocasiões em que Jesus orou, muitas das quais não aparecem nos
outros Evangelhos.
Jesus certamente conhecia os versículos do Antigo Testamento como Isaías 40.31:
“Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças”.
E buscou essa renovação de energia na oração.
Nós sabemos também quão íntima era a sua relação com seu Pai, tendo em vista o
uso que fez da forma de tratamento diminutiva aramaica “Abba”.
O falecido professor Joachim Jeremias escreveu:
“Em nenhum lugar na literatura das orações do judaísmo antigo… essa invocação
de Deus como Abba é encontrada… Jesus,por outro lado, sempre a usou quando orava”.
Assim, renovado e descansado por meio da oração, Jesus retornaria às pressões
de seu ministério intenso.
É esse ritmo, entre a oração e o ministério, entre a renovação e o engajamento,
que capacitou Jesus para resistir às pressões de seu ministério.
E se ele necessitou disso, quanto mais nós necessitamos!
Para saber mais: Marcos 1.21-39
Fonte: Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2014/01/15/autor/john-stott/a-vida-de-oracao-do-senhor/
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