quinta-feira
Eu lhes digo que este homem [o publicano], e não o outro [o fariseu], foi para
casa justificado diante de Deus. [Lucas 18.14]
Justificação é um termo legal, o oposto de condenação.
Os juízes do Antigo Testamento eram instruídos a justificar o inocente e a
condenar o culpado.
Assim, podemos imaginar a indignação dos fariseus quando Jesus declarou que o
publicano pecaminoso fora justificado e que o fariseu correto fora condenado.
Estaria Jesus ousando atribuir a Deus uma ação que ele havia proibido a juízos
humanos?
Na parábola, os dois atores subiram ao templo para orar.
Ali, no entanto, as semelhanças terminam e as diferenças começam.
Primeiro,eles tinham uma opinião completamente diferente um do outro.
O fariseu usou o pronome pessoal eu cinco vezes.
O publicano, porém, usou-o apenas uma vez e para se acusar: “Deus, tem
misericórdia de mim, que sou pecador” (v. 13).
Essa é a linguagem do verdadeiro arrependimento.
Além disso, suas opiniões, diferentes entre si, refletiram-se em suas posturas.
Ambos estavam em pé (conforme o costume judaico). Mas o fariseu se achava
ereto, orgulhoso e ostentoso, preocupado consigo mesmo.
Já o publicano “ficou à distância” (v. 13), com os olhos baixos e batendo no
peito.
E a outra diferença diz respeito às referências sobre as quais baseavam sua
confiança em Deus.
O fariseu confiava em si, acreditava que era justo, enquanto o publicano
confiava somente na misericórdia de Deus.
O arcebispo Thomas Cranmer, em seu “Culto de Comunhão”,de 1552,estabelece
deliberadamente a nossa posição, a saber, ao lado do publicano, “não levando em conta nossos méritos, mas perdoando nossas ofensas através de
Jesus Cristo”, e dizendo que não temos a presunção de vir à mesa do Senhor
confiando em nossa própria justiça, mas em suas “variadas e muitas
misericórdias”.
Essa forma de oração que supõe uma aproximação humilde se mantém para sempre na
linguagem do verdadeiro penitente.
Para saber mais: Lucas 18.9-14
Fonte: Retirado de A Bíblia Toda, o Ano Todo [John Stott]. Editora Ultimato.
http://ultimato.com.br/sites/devocional-diaria/2014/01/23/autor/john-stott/a-parabola-do-fariseu-e-do-publicano/
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